Blog “Metodologia Científica na Prática”, de autoria de Superdotado Álaze Gabriel.
Disponível em http://metodologiacientificanapratica.blogspot.com.br/
Autoria:
Roberto de Andrade Martins. Professor visitante do Departamento de Física
da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Foi professor do Departamento de
Raios Cósmicos e Cronologia (DRCC) do Instituto de Física "Gleb
Wataghin" (IFGW) da Unicamp, de 1983 até 2010. É graduado em física (USP,
1972), doutor em lógica e filosofia da ciência (UNICAMP, 1987), livre-docente
em física geral, na sub-área de história e filosofia da física (UNICAMP, 2008).
Realizou estágios de pós-doutoramento, sobre história da física, em Oxford
(1989) e Cambridge (1995). Desenvolve pesquisas, orienta estudantes e ministra
cursos sobre história da ciência, filosofia da ciência, ensino de ciências e
fundamentos da física (teoria da relatividade).
INTRODUÇÃO
Estas normas serão adotadas pela Revista
da Sociedade Brasileira de História da Ciência a partir do ano de 2001.
Elas são baseadas principalmente nas normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (Norma ABNT NBR-6023/2000),
com algumas adaptações. Para mais informações sobre essa norma da ABNT, pode-se
consultar o trabalho “Como fazer referências bibliográficas”,
de Maria Bernardete Martins Alves e Susana Margareth Arruda, disponível na
Internet (http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html)[1].
As indicações a seguir esclarecem os casos mais importantes de
referências bibliográficas. Podem existir situações especiais que fujam às
regras aqui descritas, mas certamente elas poderão ser resolvidas por analogia
com os casos mais comuns.
Mesmo dispondo de regras detalhadas como as que estão abaixo, as
pessoas costumam cometer erros. Os erros mais comuns são não prestar atenção à pontuação e à ordem das informações. É
preciso prestar atenção a pontos, vírgulas, aspas, dois pontos, etc. É
necessário observar o que deve ficar com letras maiúsculas ou minúsculas, o que
vai em itálico ou não. E não trocar a ordem das informações (por exemplo: nome
da cidade onde o livro é publicado e editora que publicou o livro). Se o
pesquisador não desenvolver a atenção a esses detalhes, nenhum conjunto de
regras impedirá que ele cometa erros.
1 Posição da lista bibliográfica
As referências bibliográficas deverão ser colocadas em uma lista, ao
final do artigo (e não em notas de rodapé). Essas referências serão numeradas
seqüencialmente.
A lista de referências bibliográficas deve estar em ordem alfabética do
sobrenome dos autores. Quando houver mais de uma referência do mesmo autor,
elas devem estar ordenadas cronologicamente (por ano de publicação).
2 AUTORIA
2.1 Um ou mais autores
Todas as referências bibliográficas devem começar pelo nome do
respectivo autor (a menos que seja desconhecido): sobrenome EM LETRAS
MAIÚSCULAS seguido de vírgula, e depois as iniciais ou nomes.
Não existe nenhum motivo para substituir o nome por iniciais, quando o
nome é conhecido. Além disso, é útil conhecer-se o primeiro nome de cada autor,
para evitar confusões (como, por exemplo, equívocos sobre o sexo do/a autor/a).
No caso em que sejam colocadas iniciais, cada inicial deve ser seguida
por um ponto e um espaço. É costume, em algumas revistas, não utilizar espaços
entre as iniciais, mas isso é contrário às normas gramaticais.
Quando há dois ou três autores os nomes devem ser separados por
ponto-e-vírgula. Quando há mais de três autores, pode-se colocar todos os
nomes, ou colocar apenas o nome do primeiro, seguido da expressão et al. (em itálico), que é uma abreviação
de “et alii”, que significa “e
outros” (ou seja, é um tipo de etc.). Evidentemente, não existe ponto depois do
“et”, nessa expressão.
Depois do nome do autor (ou autores) coloca-se um ponto. Quando já
existe um ponto (por exemplo, quando são utilizadas iniciais), não se coloca um
segundo ponto, evidentemente. Exemplos:
KITCHER, Philip.
BERNAL, J. D.
BOYER, Carl Benjamin.
BLAKE, Ralph; DUCASSE, Curt; MADDEN, Edward.
DEBUS, Allen G. et al.
2.2 Editores ou organizadores
No caso de obras coletivas que sejam organizadas ou editadas por uma ou
mais pessoas, o nome dos editores ou organizadores figura no lugar do nome do
autor, e coloca-se depois do nome, entre parênteses, a abreviação
correspondente: org. ou ed. ou coord. Nesse caso, o ponto é colocado depois dos
parênteses. Exemplos:
GILLIESPIE, Charles Coulston (org.).
GRANT, Edward; MURDOCH, John E. (eds.).
GRATTAN-GUINNESS, Ivor
(coord.).
2.3 Entidades ou instituições
Em alguns casos uma obra é de responsabilidade de uma organização ou
instituição, e não de uma pessoa. Nesse caso, no lugar do nome do autor deve
aparecer o nome da instituição, em letras maiúsculas. Exemplos:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE ENFERMAGEM.
BIBLIOTECA NACIONAL
(Brasil).
Observação: No caso de órgãos nacionais, estaduais ou
municipais, o nome do país, Estado ou município deve aparecer antes, em
maiúsculas. Exemplos:
BRASIL. Ministério do Trabalho. Secretaria de
Formação e Desenvolvimento Profissional. SÃO PAULO. Arquivo do Estado.
2.4 Pseudônimos ou autoria desconhecida
Quando um autor utiliza um pseudônimo, a obra deve figurar com a
indicação desse pseudônimo. Se o nome verdadeiro do autor for conhecido, deve
ser colocado entre colchetes, depois do pseudônimo. Exemplos:
ATHAYDE, Tristão de [Alceu Amoroso Lima].
TAHAN, Malba [J. Souza].
BOURBAKI, Nicolas [Henri Cartan; Claude
Chevalley; Jean Coulomb; Jean Delsarte; Jean Dieudonné; Charles Ehresmann; René
de Possel; Szolem Mandelbrojt; André Weil].
Se o autor é totalmente desconhecido (e não é uma instituição – ver
item 2.3) pode-se iniciar a referência pelo nome da própria obra, e nesse caso
a primeira palavra aparece em maiúscula (se houver um artigo antes, o artigo
também aparece em maiúscula). Embora a norma da ABNT não indique essa
possibilidade, é também aceitável colocar-se ANÔNIMO entre colchetes. Exemplos:
THE OXFORD English dictionary.
ENCYCLOPAEDIA
Britannica.
[ANÔNIMO].
2.5 Várias obras do mesmo autor
Quando um mesmo autor tem várias obras que constam da lista
bibliográfica, coloca-se o nome do autor na primeira obra e, nas demais,
coloca-se um traço com cerca de 1 cm de comprimento. Exemplo:
CLAGETT, Marshall. Greek science in antiquity. London:
Abelard-Schuman, 1957.
–––––. The science of mechanics in the Middle Ages.
Madison: University of Wisconsin, 1959.
––––– (ed.). Archimedes in the Middle Ages.
Philadelphia: American Philosophical Society,
1964-1989. 10 vols.
Observação: Esse tipo de traço é formado com 5 ou 6
travessões, como estes: –––––. Não é nem uma seqüência de hífens ----- (porque
eles não se unem, ficam espaços entre eles) nem uma seqüência de sublinhados
_____ (a altura do travessão eqüivale à metade da altura de uma letra
minúscula). Pode-se produzir um travessão mantendo-se a tecla ALT do teclado
pressionada, enquanto se digitam no teclado numérico (no lado direito do
teclado) os algarismos 0150; quando se solta a tecla ALT aparece o travessão.
3 Estrutura da referência bibliográfica
3.1 Monografias (Livros)
Os dados essenciais são:
·
Nome do
autor (ou autores), começando pelo sobrenome EM MAIÚSCULAS
·
Título e
subtítulo (em itálico)
·
Tradutor
ou editor (se houver)
·
Edição
(se não for a primeira edição)
·
“Imprenta”,
ou seja: Cidade: Editora, Ano.
·
Número
de volumes ou tomos (se tiver 2 ou mais volumes)
É desnecessário colocar o número de páginas de livros, em listas bibliográficas
publicadas em artigos, livros ou teses. Uma ficha catalográfica de biblioteca
deve indicar o número de páginas de cada livro, é claro; e como são geralmente
as bibliotecárias que dão instruções sobre como elaborar bibliografias, elas
dizem aos pesquisadores que é necessário colocar o número de páginas. Mas isso
é um equívoco. Exemplos:
ACOT, Pascal. Histoire de
l’écologie. Paris: Presses Universitaires de France, 1988.
ACOT, Pascal. História da
ecologia. Trad. Carlota Gomes. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
Note que há pontos antes e após o título do livro, e ao final da
referência bibliográfica. São colocados dois-pontos entre a cidade e a editora
e uma vírgula entre a cidade e o ano de publicação.
Na referência bibliográfica, o ano de publicação deve ser sempre
escrito sempre em algarismos arábicos e não romanos (isso é, 1950 e não
MDCCCCL), mesmo se na obra original estiver com algarismos romanos.
Se o título da obra for em alemão, os substantivos devem aparecer com
inicial maiúscula, porque esta é a regra ortográfica daquele idioma. Em outros
idiomas, todas as palavras do título (exceto nomes próprios) devem ser
colocadas em minúsculas[2].
Observação: As bibliotecárias costumam deixar um espaço
entre o nome da cidade e os dois-pontos. A norma da ABNT não indica que deva
existir esse espaço, e isso seria contrário às regras de pontuação do português
(ou de qualquer outro idioma moderno). Portanto, não deve ser deixado espaço
antes de nenhuma pontuação.
Quando a obra tem vários tomos ou volumes, indica-se o número de
volumes ou tomos após a data de publicação:
GILLIESPIE, Charles
Coulston (org.). Dictionary of scientific
biography. New York: Charles
Scribner's, 1981. 16 vols.
Nesse caso, é comum que uma parte da obra tenha sido publicada em um ano,
e outras partes em outros anos, e indica-se tanto o ano inicial quanto o ano
final, como no exemplo abaixo:
DUHEM, Pierre Maurice Marie. Le
système du monde: histoire des doctrines cosmologiques de Platon a Copernic.
10 vols. Paris: Hermann, 1913-1958.
Quando o livro é uma parte de uma coleção, é comum (mas não
obrigatório) incluir também uma menção à coleção de que o livro faz parte. Essa
informação aparece depois de todas as outras informações (ano, número de
volumes), e é colocada entre parênteses, como nos exemplos abaixo:
ARISTOTLE. Meteorologica. Trad. H. D. P. Lee.
Cambridge, MA: Harvard University Press, 1975. (Loeb Classical Library 397)
GUILLAUME DE CONCHES.
William of Conches: a dialogue on natural
philosophy. Ed. Italo Ronca, Trad. Matthew Curr. Notre Dame: University of
Notre Dame Press, 1998. (Notre Dame Texts in Medieval Culture 2)
LANG, Helen S. Aristotle's physics and its medieval
varieties. New York: State University of New York Press, 1992. (Suny Series in Ancient Greek Philosophy)
3.2 Teses e dissertações
De acordo com as normas da ABNT, a referência bibliográfica de teses ou
dissertações é semelhante à de livros, com as seguintes diferenças:
· Como a tese não é propriamente “publicada”,
não existe editora, por isso em vez de Cidade: Editora, Ano coloca-se Cidade,
Ano.
· Depois do ano, especifica-se a tese ou
dissertação e a instituição, colocando: Dissertação [ou Monografia, ou Tese]
(Mestrado em ...) [ou Especialização em... ou Doutoramento em... ] – Faculdade
de... [ou Instituto de... ou Departamento de... ou Programa de ...],
Universidade...
Exemplos:
VILELA, Denise Silva. A teoria de
Cantor sobre os transfinitos. Campinas, 1992. Monografia (Especialização em
História da Ciência) – Departamento de História, Universidade Estadual de
Campinas.
ARAÚJO, Cícero Romão Rezende de. Ciência
e interesse na cosmogonia de Descartes. Campinas, 1989. Dissertação
(Mestrado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Estadual de Campinas.
FERRAZ, Márcia Helena Mendes. A
ciência em Portugal e no Brasil (1772-1822). São Paulo, 1995. Tese
(Doutoramento em Comunicação e Semiótica) – Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo.
Observação: Em uma ficha de biblioteca ou para algumas
outras finalidades deve-se incluir o número de páginas da tese ou dissertação.
Em referências bibliográficas para fins acadêmicos ( referências apresentadas
em artigos ou livros) não é usual incluir o número de páginas.
3.3 Anais de congressos e outros eventos
Quando se quer fazer referência aos anais de um congresso como um todo, seguem-se as normas para
livros (seção 3.1), com algumas diferenças indicadas abaixo. Quando se quer
fazer referência a um trabalho específico
publicado nos anais de um congresso, seguem-se as indicações da seção 3.4 mais
adiante.
Quando os anais do congresso possuem o caráter de livro autônomo,
publicado por um ou mais editores, a referência bibliográfica pode ser idêntica
a um livro “comum”.
SCHUBRING, Gert
(ed.). Hermann Gunther Grassman
(1809-1877): visionary mathematician, scientist and neohumanist scholar. Papers from a sesquicentennial conference.
Dordrecht: Kluwer Academic Publications, 1996.
No caso em que se quer enfatizar na referência bibliográfica a
informação sobre um congresso ou evento em que os trabalhos foram apresentados,
as normas da ABNT indicam que se deve utilizar a seguinte forma: NOME DO
CONGRESSO (em maiúsculas). Número do congresso, ano, cidade onde se realizou.
EDITOR (se for conhecido). Título da
publicação (em itálico). Cidade: Editora, Ano. Ou seja: no lugar onde
apareceria o nome do autor de um livro, são colocadas as informações sobre o
evento, como nos exemplos abaixo:
SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA. 7, 1999, São
Paulo. GOLDFARB, José Luiz & FERRAZ, Márcia Helena Mendes (eds.). Anais do
VII Seminário Nacional de História da
Ciência e da Tecnologia e da VII Reunião da Rede de Intercâmbios para a
História e a Epistemologia das Ciências Químicas e Biológicas. São
Paulo: Sociedade Brasileira de História da Ciência; EDUSP, 2000.
INTERNATIONAL HISTORY, PHILOSOPHY AND SCIENCE TEACHING CONFERENCE. 3, 1995,
Minneapolis. FINLEY, Fred (ed.). Proceedings
of the 3rd. International History, Philosophy and Science Teaching Conference.
Minneapolis: University of Minnesota, 1995. 2 vols.
PISA CONFERENCE ON
THE HISTORY AND PHILOSOPHY OF SCIENCE. 1978, Pisa. HINTIKKA, Jaakko; GRUENDER, David; AGAZZI, Evandro (eds.). Probabilistic thinking, thermodynamics, and the
interaction of the history and philosophy of science.
Dordrecht: D. Reidel, 1981.
SYMPOSIUM ON THE
HISTORY OF STATISTICS AND PROBABILITY. 1974, Dallas. OWEN, Donald (ed.). On the history of statistics and
probability. Proceedings of the Symposium on the History of Statistics and
Probability. New York:
Marcel Dekker, 1976.
3.4 Capítulos de livros e trabalhos em anais de congressos
Quando se quer fazer referência a um capítulo específico de um livro
coletivo ou a um trabalho específico publicado em anais de um evento, coloca-se
inicialmente a informação referente ao capítulo (ou trabalho) específico, e
depois a informação da obra como um todo, com a seguinte estrutura: AUTOR DO
CAPÍTULO OU TRABALHO. Título do trabalho (sem itálico e sem aspas). In: [referência completa da obra].
Volume, página inicial-página final. Exemplos:
WEILL, Adrienne. Curie, Marie (Maria Sklodowska). In: GILLIESPIE, Charles Coulston (ed.). Dictionary of Scientific Biography. 16
vols. New York: Charles Scribner’s Sons, 1970. V. 3, pp. 497-503.
YOUNG, Robert M.
Marxism and the history of science. In:
OLBY, R. C, CANTOR, G. N., CHRISTIE, J. R. R. & HODGE, M. J. S. (eds.). Companion to the history of modern science. London:
Routledge, 1990. Pp. 77-86.
PHILLIPS, Melba.
Electromagnetic radiation. In: Encyclopaedia Britannica. 15. ed. Chicago: Encyclopaedia Britannica,
1980. 36 vols. Macropaedia, v. 6, pp. 644-665.
FERNANDES, A. História da botânica em Portugal até finais do século
XIX. In: História e desenvolvimento da ciência em Portugal. Lisboa: Academia
das Ciências, 1986. 2 vols. V. 2, pp. 851-916.
3.5 Artigos publicados em periódicos
As informações que devem constar em referências bibliográficas de
artigos de periódicos são:
·
Autor do artigo (SOBRENOME, Nome).
·
Título do artigo, subtítulo (se houver), sem itálico e
sem aspas.
·
Título do periódico, revista ou boletim, em itálico, com iniciais maiúsculas em
todas as palavras[3],
exceto artigos e outros conectivos.
·
Cidade de publicação, quando for necessário para
diferenciar periódicos com mesmo nome
·
Indicação do volume, páginas inicial e final, ano de
publicação.
Observação: Em alguns casos uma revista tem várias séries, e o número do volume recomeça em
cada uma delas. Nesses casos, deve-se indicar a série antes do volume[4].
Há também casos em que é necessário indicar o número do fascículo, quando a numeração das páginas recomeça do 1
em cada fascículo[5]. Existem
ainda situações em que, além do ano, deve-se indicar o mês ou até mesmo o dia
de publicação, para identificar corretamente o artigo. Exemplos:
JAUNCEY, G. E. M. The
early years of radioactivity. American
Journal of Physics 14: 226-41,
1946.
URBAIN, G. Recherches
sur la séparation des terres rares. Annales de Chimie et de Physique [série 7] 19: 184-274, 1900.
LANGMUIR, Irving.
Pathological science. Physics Today 42 (10): 36-48, Oct. 1989.
LUMMER, Otto. Beiträg
zur Klärung der neuesten Versuche von R. Blondlot über die N Strahlen. Verhandlungen
der Deutschen physikalischen Gesellschaft 5 (23): 416-422, 1903.
Observação: Na Revista
da Sociedade Brasileira de História da Ciência o volume será indicado em negrito, com algarismos arábicos (ou
seja, nunca utilize algarismos romanos como XII, CL). Quando for necessário
indicar a série, o número desta deve ser colocada entre colchetes, antes do
volume. É comum encontrarmos nos periódicos a indicação "nova série";
nesse caso, geralmente trata-se da série 2.
Quando for necessário indicar o número do fascículo, este deve ser
colocado entre parênteses (sem negrito), depois do número do volume. Depois do
número do volume (ou do fascículo), coloca-se dois pontos, espaço, página
inicial, hífen, página final, vírgula, data de publicação, ponto final.
De acordo com a norma da ABNT, os títulos dos periódicos podem ser
escritos por extenso (como nos exemplos acima) ou de forma abreviada. Na Revista da Sociedade Brasileira de História
da Ciência os títulos dos periódicos serão colocados sempre por extenso,
por diversos motivos: (1) os historiadores da ciência trabalham com uma
variedade imensa de periódicos (literatura primária e secundária) e muitas
vezes um historiador pode não reconhecer o nome de um periódico se ele estiver
abreviado; (2) as regras da ABNT para abreviar títulos de periódicos (NBR 10522) são extremamente complicadas, e é mais fácil colocar o título completo
do que abreviá-lo.
De acordo com as normas da ABNT, seria sempre necessário colocar a cidade de publicação após o título da
revista. A Revista da Sociedade
Brasileira de História da Ciência não vai adotar essa regra, por diversos
motivos: (1) não é uma prática internacional; (2) em muitos casos o pesquisador
utiliza artigos de revistas das quais não possui informação completa, e pode
não saber a cidade em que foi publicada; (3) se não existirem duas revistas com
o mesmo nome, é desnecessário indicar a cidade de publicação, pois o periódico
já fica definido de forma unívoca por seu título.
3.6 Periódicos descritos como um todo (ou volumes / fascículos especiais)
Quando for importante colocar uma referência bibliográfica de um
periódico como um todo, deve-se indicar: TITULO
DO PERIÓDICO com letras maiúsculas. Local de publicação[6]
(cidade): Editora, ano do primeiro e último volume (se o periódico já acabou).
Pode-se também acrescentar como informações adicionais a periodicidade e o ISSN
do periódico[7].
Exemplo:
BRITISH
JOURNAL FOR THE HISTORY OF SCIENCE. Keston: The British Society for the History
of Science, 1962-. ISSN: 0007-0874
CENTAURUS:
INTERNATIONAL MAGAZINE OF THE HISTORY OF SCIENCE AND MEDICINE. Kobenhavn: Munksgaard,
1950-. ISSN: 0088-8994.
Observação: O modo mais simples de obter-se informações
sobre data inicial de periódicos e ISSN é consultando uma base de dados, como o
sistema Dedalus da USP, que pode ser consultado pela Internet.
Em certos casos, é importante fazer referência a um fascículo ou volume
especial de um periódico. Nesse caso, a referência bibliográfica deve conter as
seguintes informações: TÍTULO DO PERIÓDICO em maiúsculas. Título do volume ou
fascículo. Editor (se houver). Cidade: Editora, volume, número do fascículo (se
for o caso), mês (se for o caso), ano. Exemplo:
OSIRIS. Constructing knowledge in the history of
science. Ed. Arnold Thackray. Philadelphia: History of Science Society,
[série 2] v. 10, 1995.
Pode-se, como alternativa, considerar o volume ou fascículo especial
como se fosse um livro pertencente a uma série, e apresentar a referência
bibliográficas sob outra forma:
THACKRAY, Arnold
(ed.). Constructing knowledge in the
history of science. Philadelphia:
History of Science Society, 1995. (Osiris, série 2, v. 10)
4 Imprenta (local, editora, data)
No caso de livros, anais de congresso, etc., como foi indicado acima, é
necessário colocar a cidade de publicação, dois pontos, editora, vírgula, ano
de publicação, ponto final. Aqui serão indicados alguns casos especiais.
4.1 Cidade
O nome da cidade deve ser grafado como aparece na obra, e não
“traduzido”. Ou seja: utiliza-se New York e não Nova Iorque; London e não
Londres; München e não Munique; e assim por diante.
Em alguns casos deve-se especificar o Estado ou país a que a cidade
pertence: quando há duas ou mais cidades com o mesmo nome. Por exemplo:
Viçosa, MG
Viçosa, RN
Cambridge, MA [é a cidade de Cambridge no Estado
de Massachusetts, nos Estados Unidos da América] Cambridge, UK [é a cidade de
Cambridge na Inglaterra, Reino Unido = UK]
Quando uma das cidades de mesmo nome é mais antiga e mais conhecida do
que a outra, só se coloca o complemento na cidade menos conhecida. Por exemplo: não é necessário que a cidade de
Paris fica na França, mas é necessário indicar o Estado quando se tratar da
cidade de Paris que fica no Texas. Não se costuma também indicar que a famosa
cidade de Cambridge fica na Inglaterra, mas indica-se que a “outra” Cambridge
fica no Estado de Massachusetts.
Quando a cidade de publicação não é conhecida, coloca-se [s. l.],
abreviação de “sine loco” que
significa “sem local” [de publicação]. Quando a cidade é conhecida mas não
aparece na obra, coloca-se o nome da cidade entre colchetes.
4.2 Editora
Não é necessário incluir no nome da editora palavras como “Editora”,
“Press”, etc. Também não se costuma colocar “Ltda.”, etc. Assim, em vez de
Editora Nova Ciência Ltda. pode-se colocar simplesmente Nova Ciência.
Em alguns livros podem ser indicadas várias cidades e várias editoras.
Nesse caso, costuma-se colocar apenas a primeira editora mencionada (ou a que
aparece com mais destaque) e a primeira cidade. No entanto, é também possível
indicar duas ou mais editoras, se isso for julgado importante, como no caso
abaixo:
SACROBOSCO, Johannes de. Tratado
da esfera. Trad. Pedro Nunes, introd. e comentários de Carlos Ziller
Camenietzki. São Paulo: UNESP; Nova Stella; Rio de Janeiro: MAST, 1991.
Note-se a regra de pontuação: Cidade1: [dois pontos] Editora1; [ponto e
vírgula] Cidade 2: [dois pontos] Editora 2.
Quando a editora não é conhecida, coloca-se no seu lugar [s. n.],
abreviação de “sine nomine” que
significa “sem nome” [da editora]. Quando nem a cidade nem a editora são
conhecidas, coloca-se [s.l.: s. n.].
Quando a editora é conhecida mas não aparece na obra, coloca-se o nome
da editora entre colchetes.
Em alguns casos em que uma obra tem como “autor”
uma instituição, que é também a “editora”, coloca-se o nome da instituição
apenas no início da referência, como no exemplo abaixo.
INSTITUTO BRASILEIRO DE BIBLIOGRAFIA E DOCUMENTAÇÃO. Amazônia: Bibliografia, 1614-1962. Rio
de Janeiro, 1963-1972.
4.3 Data
O ano de publicação é um elemento muito importante, e deve ser escrito
sempre em algarismos arábicos (e não em algarismos romanos). Infelizmente, nem
sempre os livros trazem a data de publicação (os livros portugueses recentes,
por exemplo, são um problema nesse sentido). Quando a data não consta nem no
início do livro, nem no seu final, nem no prefácio, deve-se tentar localizar a
data indiretamente, utilizando bases de dados como as das bibliotecas
universitárias brasileiras ou da Library
of Congress, cujos bibliotecários já se deram ao trabalho de tentar obter
essa informação.
De acordo com a norma da ABNT, quando a data não consta na obra, mas é
conhecida, ela deve ser colocada entre colchetes:
[1995] data conhecida
com certeza, mas não indicada na obra
[1995?] data provável
[ca.1978] data aproximada (ca.
é abreviação de circa = cerca de,
aproximadamente)
[1981 ou 1982] um ano
ou outro
[entre 1990 e 1998] use
intervalos menores de 20 anos
[191-] década conhecida
com certeza
[191?] década provável
[15--] século conhecido
com certeza[8]
[15--?] século provável
Por fim, quando não se tem nenhuma indicação sobre a data da obra,
deve-se colocar entre colchetes [s. d.], abreviação de “sine datum” que significa “sem data” [de publicação].
5 OUTRAS INFORMAÇÕES
Em certos casos, o pesquisador pode querer acrescentar comentários
sobre uma referência bibliográfica. Por exemplo:
· O título original da obra, quando se trata de
uma tradução.
· A indicação de que se trata de uma edição
fac-similar.
· Indicação de que o trabalho não foi publicado
(por exemplo, um artigo que foi submetido para publicação, ou apresentado em um
congresso, mas ainda não está publicado).
· O ano de publicação original, no caso de uma
reedição ou tradução.
De acordo com as normas da ABNT, tais comentários devem ser colocados
no final da referência bibliográfica, como por exemplo:
AUDEN, W. H. A
mão do artista. Tradução de José
Roberto O’Shea. São Paulo: Siciliano, 1993. Título original: The dyer’s hand.
Tal tipo de procedimento não é utilizado em outros países. Parece mais
conveniente colocar tais comentários como notas de rodapé, ou então inseri-los
entre colchetes no lugar adequado dentro da referência. Por exemplo:
AUDEN, W. H. A
mão do artista [The dyer’s hand]. Tradução de José Roberto O’Shea. São
Paulo: Siciliano, 1993.
AUDEN, W. H. A
mão do artista.[9] Tradução de José Roberto O’Shea. São
Paulo: Siciliano, 1993.
6 OUTROS TIPOS DE DOCUMENTOS
A Norma ABNT NBR-6023/2000
indica os modos de fazer referência a atas de reuniões, bulas de remédios,
convênios, cartões postais, discos, filmes, vídeos, etc. Como será muito raro o
aparecimento de tais casos na pesquisa em história da ciência, não vamos
indicar aqui essas regras. O interessado deverá consultar a própria Norma.
Vamos indicar no entanto outros casos mais comuns em história da ciência.
6.1 Mapas
Mapas são referenciados de modo semelhante aos livros, como no exemplo
abaixo.
SANTA CATARINA. Departamento Estadual de
Geografia e Cartografia. Mapa geral do
Estado de Santa Catarina. [
Florianópolis], 1958.
De acordo com as normas da ABNT, deve-se colocar ao final da referência
do mapa as indicações sobre o seu tamanho, uso de cores, escala, etc. Essas
informações (como o número de páginas de um livro) não são essenciais em uma
referência bibliográfica.
6.2 Obras em microfilme ou microficha
Utiliza-se a referencia bibliográfica do original. Se quiser, pode
colocar uma nota de rodapé indicando que foi utilizado um microfilme ou
microficha, mas isso é desnecessário. Alguém indica que utilizou uma fotocópia,
em vez de consultar a obra original?
6.3 Obra em CD-ROM
No caso de um base de dados ou obra em CD-ROM (por exemplo, uma
enciclopédia eletrônica), a referência semelhante à de um livro, mas
adicionando-se o comentário de que se trata de um CD-ROM, como no exemplo
abaixo:
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E
TECNOLOGIA – IBICT. Bases de dados em
Ciência e Tecnologia. Brasília:
IBICT, 1996. CD-ROM.
6.4 Trabalhos publicados disponíveis on line (Internet)
Se for um trabalho que foi publicado (em papel) anteriormente,
coloca-se a referência do original e uma nota indicando que foi utilizada a
versão eletrônica, e indicando o endereço eletrônico e a data em que o
documento foi copiado (pois os endereços da Internet mudam sempre...). Por
exemplo:
O ESTADO DE SÃO PAULO. Manual de redação e estilo. São
Paulo, 1997. Disponível em:
<http://www1.estado.com.br/redac/manual.html>. Acesso em: 19 maio 1998.
MALOFF, Joel. A internet e o valor da
"internetização". Ciência da
Informação, 26 (3): 215-236,
1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/>. Acesso em: 18 abril
1998.
Sugerimos que a indicação do endereço eletrônico e da data de acesso
sejam colocados em nota de rodapé, e não na própria referência:
MALOFF, Joel. A internet e o valor da
"internetização". Ciência da
Informação, 26 (3): 215-236,
1997.[10]
6.5 Trabalhos disponíveis apenas on line (Internet)
Para se fazer referência a uma “home page” ou qualquer outro documento
da Internet que nunca foi publicado em papel (ou quando não se conhece se foi
ou não publicado), a referência deve ter as seguintes informações:
AUTOR. Título.
Informações complementares. Disponível em: <Endereço>. Acesso em: data. Exemplo:
ALVES, Maria B. Martins; ARRUDA, Susana Margareth. Como fazer referências bibliográficas.
Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html>. Acesso em: 10
março 2001.
Para informações mais detalhadas, ver o seguinte documento que fornece
normas internacionais sobre o assunto:
INTERNATIONAL
ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO
690: Bibliographic references - Content, form and structure. Disponível em:
<http://www.nlc-bnc.ca/iso/tc46sc9/standard/690-1e.htm>. Acesso em 02
maio 2001.
6.6 Comunicação pessoal
Geralmente, quando se vai fazer referência a uma comunicação (conversa
com uma pessoa, telefonema, e-mail), a origem da informação é explicada em uma
nota de rodapé e não aparece nas referências bibliográficas. No entanto, existe
um modo indicado pela ABNT para fazer referência a e-mail:
AUTOR DA MENSAGEM. Assunto da mensagem [mensagem
pessoal]. Mensagem recebida por <e-mail do destinatário> data de
recebimento, dia mês e ano.
MARINO, Anne Marie. TOEFL brienfieng number [mensagem
pessoal]. Mensagem recebida por <educatorinfo@gets.org > em 12 maio 1998.
6.7 Manuscritos
As normas da ABNT não prevêem a inclusão de manuscritos nas referências
bibliográficas. A prática que se observa em periódicos de história da ciência é
a descrição dos manuscritos em notas de rodapé, sem sua inclusão na
bibliografia colocada ao final do artigo, e esta regra será seguida na Revista da SBHC. Deve-se fazer uma
descrição sucinta do manuscrito, e indicar a sua localização (instituição,
coleção, cota de localização), como por exemplo:
Carta de William Crookes a George Stokes, 20 de junho de 1871. Cambridge University Library, Manuscripts Department – Mss. Add. 7656
c 1068.
A última informação, no exemplo acima, é o código de localização (cota)
do manuscrito, na instituição em que ele está.
7 Comentário final
Estas regras devem servir como orientação para quase todos os casos de
referências bibliográficas que possam vir a ser utilizadas na Revista da Sociedade Brasileira de História
da Ciência. Para casos especiais não descritos aqui, o pesquisador pode
utilizar seu bom-senso, ou consultar os Editores da Revista (Rmartins@ifi.unicamp.br ou froes@coc.fiocruz.br).
[1] O texto completo do trabalho dessas autoras,
em formato PDF, pode ser copiado do seguinte endereço da Internet:
http://www.bu.ufsc.br/referencia.pdf
[2] É
costume, em publicações norte-americanas, apresentar os títulos dos livros com
iniciais maiúsculas em todas as palavras (exceto artigos e outros conectivos).
Essa regra não é adotada pela norma da ABNT.
[3] Note-se
que o idioma alemão possui regras próprias, e nesse caso apenas os substantivos
devem ser grafados com inicial maiúscula.
[4] Não
existem regras definidas pela ABNT para a indicação da série. Optamos por
colocar tal indicação entre colchetes, como neste exemplo: [série 2].
[5] Quase
todos os periódicos acadêmicos publicam um volume por ano, e dentro desse volume
publicam vários fascículos. Há no entanto revistas que não possuem numeração
dos volumes, e numeram seqüencialmente os fascículos. Nesse caso, coloca-se
apenas o número do fascículo.
[6]
Periódicos antigos podem ter sido publicados em diferentes cidades ao longo dos
anos. Nesse caso, deve-se colocar a cidade em que a revista foi criada.
[7] ISSN = International Standard Serial Number, é
um número de identificação atribuído a periódicos recentes (foi criado nas
últimas décadas do século XX). As revistas antigas não possuem ISSN.
[8]
Observação: [15--] não indica o século XV, e sim o século XVI – ou, mais
exatamente, anos que comecem com 15.
[9] Título original: The dyer’s hand.